quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ondas de progresso. Há como manter uma democracia entre a sociedade?

Alvin Toffler, um autor que se destacou defendendo o liberalismo, trabalha o conceito das Três Ondas que marcaram a evolução do ser humano em determinado momento da história.


A primeira onda surgiu na Idade Média, foi uma sociedade condicionada através do capital agrícola. A comunicação entre a grande massa dessa época era interpessoal, as pessoas tinham conhecimento apenas daquilo que era dito entre elas. As grandes obras que eram escritas se restringiam apenas ao uso da Elite, que era formada por poucas pessoas – normalmente o Império, o Clero e a Burguesia tinham acesso – o que fazia com que a grande massa apenas servisse às necessidades dessa pequena parcela que tinha conhecimentos e informações necessárias para manipular essas pessoas.


A Segunda Onda veio junto com a Revolução Industrial. A economia aqui está contida na matéria-prima que é usada para a criação de produtos inovadores nas Indústrias. Essa é a época em que a comunicação começa a estourar na sociedade, jornais começam a ser produzidos e as pessoas passam a ter um conhecimento maior sobre os acontecimentos ao redor do mundo e do tamanho de sua diversidade e diferenças culturais e ideológicas, graças ao movimento contra a censura da imprensa que aconteceu na França do Século 18, mas

ainda não é o necessário para que as pessoas possam agir e ter uma influência maior nas decisões a serem tomadas a respeito de suas necessidades. Passa-se a ter um controle maior ainda sobre as pessoas com a necessidade de "passar o cartão".



A Terceira Onda é a onda da Sociedade Pós-Moderna, onde nem a terra e nem a matéria prima que está embaixo dela são os maiores propulsores da economia mundial, e sim o Conhecimento. Toffler defende aqui uma sociedade desmassificada onde os ganhos não seriam por dias trabalhados e sim por produtividade. Revistas, Jornais Impressos, Televisivos ou On-line teriam um segmento específico, onde abordariam uma cultura mais democrática e menos aberta às massas. Ainda não podemos afirmar com convicção que já fazemos parte dessa

onda, mas também não seria errado de nossa parte afirmar que o momento atual da sociedade é de transição para essa Terceira Onda.


Um dos planos de entrada a essa nova onda pode estar nos modelos de democracia digital, onde a idéia de participação da cidadania entendida como ocupação civil da esfera política encontra na internet as possibilidades técnicas e ideológicas da realização de um ideal de condução popular e direto dos negócios públicos. Atualmente o quadro da política mundial está em crise. Cabe à esfera civil, como sua única função, autorizar e eleger os políticos, que têm como uma de suas funções produzirem a decisão política na forma de lei e na forma de decisões do governo. Percebemos então um grave dilema, os cidadãos autorizam pessoas a intervir e servir suas idéias, mas eles mesmos não podem fazer isso, pois confiaram essa tarefa à esfera política, que tem como único vínculo constitucional para com a população o vínculo eleitoral. Democracia essa que, historicamente, não tem dado certo. A introdução de uma nova infra-estrutura tecnológica faz ressurgir fortemente as esperanças de modelos alternativos de democracia. Estes modelos giram ao redor da idéia de democracia participativa deliberativa, na qual a Internet é uma das ferramentas que mais inspiram essa idéia.


A idéia é dar novas funções à esfera civil, que está em crescente atrofia no que diz respeito a assuntos do Estado. Existem várias formas para que a sociedade interfira no cenário político, desde a formação de um consistente e expandido debate público on-line, discutindo temas de relevância política, passando pela manifestação da vontade popular em todas as dimensões da esfera de visibilidade pública, até as formas de organização popular não governamental voltadas à reivindicação, mobilização e formação da opinião e da vontade pública e à pressão sobre governos em particular e sobre a esfera política em geral, podendo assim interferir na decisão política e fazer com que o Estado respeite a disposição e opinião pública, o que acarretaria em uma transparência maior e maior número de objetivos cumpridos e

m relação ao desenvolvimento social, educacional, cultural e intelectual de todos, ocorrendo o tal processo de desmassificação defendido na Terceira Onda.


Essa idéia de fazer com que a Sociedade interaja e interfira nas decisões do Estado é simplesmente única, e com tamanha tecnologia à nossa disposição hoje em dia até poderia ser posta em prática, mas ainda existe certo atraso na população que não estaria preparada para essa inovação de imediato, pelo menos no Brasil, onde apenas 7,8% da população possuem algum tipo de certificado de conclusão de curso superior e entre elas apenas 0,4% possuem mestrado ou doutorado, o que é um dado preocupante, pois retrata o quanto a sociedade ainda não está preparada e apta para assumir tamanha responsabilidade. A responsabilidade de tentar guiar o seu Estado para os eixos certos de desenvolvimento sustentável. Quaisquer discussões acerca da democracia direta e digital só fazem sentido quando resolvidos os problemas de exclusão social, política e digital.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Semana sem atualização

Por problemas técnicos, não pude atualizar essa semana.
semana que vem estará atualizado normalmente

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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Como o 11 de setembro mudou o mundo


Há 7 anos atrás acontecia o maior ataque terrorista do Século 21, e também do terceiro Milênio. O World Trade Center, maior centro de negócios dos Estados Unidos era atingido por dois aviões que estavam sob controle de terroristas, colocando em prática a sua ideologia doentia. Milhares de pessoas inocentes morreram no atentado, não apenas americanos, mas também brasileiros, chineses, alemães, ingleses, sem distinção de nacionalidade, raça ou etnia.
Após esse atentado o mundo foi afetado de uma maneira drástica: Bin Laden se torna, ao lado Hitler e Stalin um dos maiores vilões da história recente. Os Estados Unidos voltaram a investir pesado em guerras, e o orçamento destinado a esse fim ultrapassou de longe o investido na guerra fria, foram 440 bilhões de dólares investidos em poderio bélico. Muitas pessoas passaram a praticar o fanatismo religioso, matar e morrer em nome de Deus virou coisa comum. Ataques bioterroristas eram postos em prática, uma nova ameaça estava assustando as pessoas: o anthrax. Viajar de avião virou um risco. Os Estados Unidos que se orgulhavam da política acolhedora, oferecendo empregos para pessoas de todo o mundo em seu território, teve o número de vistos aceitos em queda de 25%. Os Estados Unidos declaram guerra às nações que representassem qualquer ameaça estratégica, a chamada “Guerra Preventiva”. Israel ergue um muro na Cisjordânia para representar fisicamente suas fronteiras. Os EUA finalmente perderiam a relutância em assumir que eram um império. A opinião popular sobre a política de guerra de Bush era de discórdia e insatisfação na maior parte dos EUA. A Rússia volta a ter grande poder e influência global e a China se aproveita da amizade com o governo russo e sul-coreano para também despontar no cenário mundial com mais destaque, mesmo com suas execuções civis e a censura da imprensa. Pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial o Japão volta a pegar em armas e envia tropas ao Iraque. Os prédios altos perdem o valor em Manhattan e as casas baixas são mais valorizadas. O Marco Zero, o buraco onde antes eram as torres gêmeas passa a ser atração turística nos EUA.
Muitas coisas mudaram após os atentados, mas a causa continua indefinida. Fanatismo? Conspiração? Castigo? Existem muitas teorias sobre a realidade do 11 de setembro, teorias que até apontam o Presidente americano George W. Bush como possível articulador, dada a amizade antiga entre a família Bin Laden e a Família Bush – que já acolheu os bin ladens nos EUA – mas nada que possamos afirmar com certeza. O mundo lamenta pelos inocentes mortos no acidente e gratifica a coragem e a vontade dos heróis que tentaram salvar vidas no dia, mas todos sabem que uma guerra não vai terminar após um contra-ataque. E que os riscos de hoje são maiores que há 50 anos atrás, quando qualquer decisão de um governo, pode exterminar a raça humana da esfera. Sentimos pela morte dos inocentes, mas a vida continua, e continuou 7 anos após os acidentes. Mesmo que com um pouco de desconfiança em relação à nossa segurança quando o estopim de tolerância entre culturas distintas estiver abalado, continuamos aqui.
Ter uma ideologia é essencial para o ser humano, mas chega um momento em que é preciso rever conceitos. Toda geração tem um marco... e essas foram as marcas deixadas no coração de todo o mundo.

O nepotismo sem fim.


O nepotismo está nas manchetes de todos os jornais. Todos estão discutindo a prática, que em princípio é anti-ética. A nova lei contra o nepotismo aprovada pelo STF já entrou em vigor, mas, no momento parece que ninguém sabe ao certo como funciona. A lei deixa claro que pessoas que foram beneficiadas por parentes em qualquer dos três Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, deverá ser demitida o mais rápido possível. Porém não tem sido bem assim... Senadores e Deputados não entenderam a idéia central expressa na lei e são contrários à sua aplicação imediata, no momento tudo o que fazem é pedir auxílio para saber o que fazer com quem é beneficiado por sua padrinhagem política, coisa simples. Mas se isso é difícil de se entender imagine se o assunto fosse um pouco mais complexo.

Mas eu estou enganado, esse assunto realmente é muito complexo, afinal, para tudo se tem um jeito e o jeito agora é adiar essa decisão o mais rápido possível para que os políticos procurem padrinhos, agora, dentro da política. Sim, procurar aquele político que nunca se pronunciou contra suas atitudes em reunião alguma e saber se talvez ele não esteja interessado em uma troca de favores: empregar aquele seu sobrinho rebelde e em troca você emprega a sua prima que foi deixada pelo marido. Pensem bem, não seria nepotismo empregar o parente de um companheiro político. Foi-se o tempo em que todas as vagas eram preenchidas por concursos, se é que isso já existiu.

O Presidente do Senado Garibaldi Alves parece pelo menos estar dando um bom exemplo. Um Garibaldi a menos na folha de pagamento federal. E ele ainda está dando as devidas instruções para seus companheiros: “Pode ser que alguns estejam querendo apelar para ganhar algum tempo, mas todos sabem que lei é para ser cumprida. Se alguns têm alguma dúvida, é só fazer uma consulta à súmula. Dúvida não é eterna e deve ser tirada muito rapidamente”. Súmula que está à disposição de todos os funcionários federais.

A lei está aí, mas a cultura brasileira se faz presente até na Constituição, quando toda lei tem a sua brecha, essa lei foi aprovada para ser cumprida de imediato, mas...

Jeitinho brasileiro...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O jeito é nós pegarmos o jeito.




Pois é, o Governo Lula já está trabalhando muito bem para a reeleição do PT em 2010, essa semana nosso ilustríssimo Presidente da República fez da plataforma de pré-sal um ótimo palanque e discursou a favor da possível candidata de seu partido. "Dilma já está pegando o jeito" foram algumas das palavras sábias usadas por ele, prova disso é a busca por popularidade da atual Ministra da Casa Civil, dançando e tocando Reco-Reco, passinhos que não são inéditos, já que a Ministra começou a ensaiá-los há muito tempo atrás. Realmente seria difícil não pegar o jeito e ser tão feliz por fazer parte de um governo justo como esse, né? Depois da dança nada melhor que uma boa pizza.
Ambiciosos os planos de Lula em preparar uma boa campanha para sua ministra, mas não tão ambiciosos quanto realmente gerar um pouco mais de igualdade, acesso à saúde e tantas outras preocupações do povo brasileiro. Mas pra que levar em consideração as preocupações do povo brasileiro? O povo é só o povo, enquanto o Lula é o Presidente, com esse pensamento ele realmente deveria deixar de lado as preocupações com o seu mandato e pensar no futuro... de seu partido e de suas regalias.
Isso está bem provado para nós, afinal, a cada bomba que estoura, vêm acompanhada a frase "é companheiro, se eu soubesse nada disso teria acontecido". Estranho... estranho e ao mesmo tempo preocupante. Tomara que ele saiba pelo menos quem ele está tentando colocar na Presidência do País.
Resta a nós saber quem dançará por último... nós, ou os projetos de uma campanha perfeita.
Talvez eu me surpreenda... assumo que seria uma surpresa boníssima.