Antártida conheça os riscos desse monstro contraditório

A contradição deu o pontapé inicial em explorações na Antártida. O primeiro homem à visitar o continente Austral relatou que o lugar era simplesmente inútil, pois só havia muitas focas e baleias além de o aspecto ser horrível. As palavras de James Cook foram essas após a descoberta: " Terras condenadas à eterna frigidez, cujo aspecto horrível e selvagem não tenho palavras para descrever, não causará inveja pela honra da descoberta, mas atrevo-me a dizer que o mundo não se beneficiará dela." 9 anos após sua declaração caçadores de focas e baleias dominavam o continente para benefício pessoal, banhando em sangue o manto Antártico. Pelo menos em um aspecto sua profecia se realizou, afinal não era o mundo que se beneficiava da descoberta, apenas parte dele.

Foram baleeiros e foqueiros quem mapearam grande parte do litoral antártico no século 19, pesquisadores científicos só dominaram o continente depois de 1959, quando o Tratado da Antártida consagrou o território à paz e uma emenda aprovada após o Protocolo de Madri em 1991 proibiu até 2041 qualquer atividade no continente que não seja a preservação ambiental, turismo e principalmente a pesquisa científica.

A temperatura média no local é de -33ºC durante maior parte do ano, mas a temperatura pode cair a -50ºC durante o inverno, enquanto o sol não brilha no deserto polar. As pesquisas feitas na Antártida serão o principal banco de dados em relação ao clima do passado e além disso procurarão analisar os efeitos que o clima está sofrendo atualmente. O continente influencia e muito na temperatura mundial, grande parte das chuvas ocorridas no Sul e Sudeste do Brasil surgem porque o gelo esfria a atmosfera e faz com que o ar fique mais denso e acumule na Antártida, à medida que a bolha de ar frio cresce, se espalha na direção do oceano e territórios não muito distantes. A frente fria ocorre quando o ar frio se expande empurrando uma massa de ar quente, com isso a umidade do ar em forma do vapor quente entra em contato com o ar frio, causando uma reação química que transforma o vapor em água líquida, resultando em chuvas.

O Aquecimento Global está acelerando o degelo antártico, com isso o continente inteiro está sendo absorvido pelo oceano. Caso isso realmente aconteça o nível do mar subirá pelo menos 60 metros e muitas cidades que estão em nível do mar seriam engolidas, o que causaria o fim de cidades como Rio de Janeiro, Nova York, Amsterdam, Santos entre outras. E o espetacular fenômeno de desprendimento entre as geleiras já está acontecendo, volumosas massas estão se desprendendo do manto de gelo e despencando no Oceano, um fato contraditoriamente fascinante e preocupante.


O colapso além de ocorrer por degelo pode acontecer também de baixo para cima. Como ainda existe um enorme território que repousa abaixo do nível do mar, o aquecimento do oceano pode acelerar a quebra do manto de gelo, que liberaria ainda mais gelo existente na profundidade do oceano da mesma maneira que induz a quebra de plataformas flutuantes. Um possível tombo após o manto glacial se desprender das rochas que o sustentam caindo no mar também representa riscos. Esse tombo faria o nível dos oceanos subir, como gelo jogado em um copo com água.

A Antártida é um monstro com importância inquestionável para o futuro da humanidade, pode salvar-nos ou enterrar-nos. Em caso de a cúpula mundial não tomar as devidas precauções e colaborar com o clima nada terá adiantado se as pesquisas científicas obtiverem sucesso apenas após um longo espaço de tempo. Nesse caso o mundo viveria um dos últimos momentos de ironia: O degelo Antártico seria responsável pelo fim de lugares históricos no mundo e a fascinante naturalidade dos acontecimentos engoliria a corajosa fatia de cientistas que se dispuseram à buscar algum tipo de solução para amenizar as consequências destrutivas da humanidade.

Fato digno de passagem bíblica!