terça-feira, 17 de março de 2009

Contrapontos em Bagdá.


O Iraque sempre equipou a mídia com notícias devastadoras e junto com E.U.A., Grã Bretanha, Kuwait, Egito, Síria e diversos países protagonizou cenas lamentáveis na história com a Guerra do Golfo, porém 2009 tem sido um ano surpreendente no Iraque. Ainda no fim de 2008 a Guerra parece não ter encontrado um fim, o Iraque trocava acusações com o governo norte-americano por suspeitar que um ocupante americano tenha premeditado o crime que resultou na morte do deputato Saleh Al Ogaili que negociava um acordo com o governo norte-americano, do então presidente George Bush, para a retirada das tropas no Iraque ainda no fim de 2008. Ogaili havia criticado fervorosamente alguns pontos do acordo, deixando os norte americanos em situação complicada.

Mas ainda existem os menos informados que não saibam que Iraque e EUA já foram aliados e que a maior parte do poderio bélico iraquiano foi negociado e financiado pelos americanos, quando os Estados Unidos estavam interessado em manter Iraque como aliado para combater o terror Iraniano. E só depois declarar guerra contra o Iraque. Depois de inúmeros combates o país perdeu sua identidade artística e cultural, devastadas junto ao cenário de guerra. Com a decadência do país, Museus e Galerias foram fechadas, os artistas se mudaram e houve revolta.

O movimento xiita de Al-Sadr liderou boa parte das revoltas armadas no país. Mas em 2009 o movimento está atraindo a atenção da mídia de outra maneira. Em fevereiro o sheik Mazin Al-Saedi que faz parte do grupo, foi patrono de um evento cultural organizado por Al-Sadr com a intenção de mostrar ao mundo que o grupo pretende valorizar a cultura iraquiana e também que o país não pretende ser como a mídia o retrata. A exposição "Faróis da Humanidade" teve 80 obras de arte de 39 artistas iraquianos, obras de muita qualidade que poderiam ser expostas até em Nova York.

Foi uma boa manobra realizada pelo movimento Al-Sadr trocar armas por pincéis expondo suas idéias de como o país sofre com a desigualdade e busca reconciliação com a paz. Obras surpreendentes. Com essa atitude o grupo xiita assume a responsabilidade de direcionar sua revolta em movimentos artísticos para mudar o semblante do país.

O clérigo Moqtada Al-Sadr promete paz, mas faz questão que as tropas americanas abandonem o país o mais rápido possível. Saddam está morto, o armamento que o Iraque possui está em grande parte registrado no fisco americano, e os EUA ainda insistem que o país está produzindo armas nucleares. Enquanto os americanos estiverem no Iraque haverá essa probabilidade. Muito irônico.

2 comentários:

Jotas disse...

Pois é meu amigo, os EUA é um país que não aprecio por isso mesmo, normalmente usa os seus meios para ir semeando guerras, consoante os seus interesses, o mesmo sucedeu com Bin Laden.

Jotas disse...

Pois é meu amigo, os EUA é um país que não aprecio por isso mesmo, normalmente usa os seus meios para ir semeando guerras, consoante os seus interesses, o mesmo sucedeu com Bin Laden.