quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Analfabetismo. O Sistema já colabora o suficiente.




O analfabetismo é pautado em debates há muito tempo, mas ainda não foi possível criar algum tipo de programa que realmente diminuísse o grau de analfabetismo no País. Como alguns sabem, o analfabetismo começou a tomar proporções maiores com a Revolução Industrial: a burguesia procurava uma visão mais realista e funcional para a produção, o que foi possível com as Indústrias, que transformaram o trabalho humano em um processo mecânico. Tudo para atingir os interesses e objetivos da burguesia, apenas.
E hoje o problema não tem sido diferente, porém em estágio mais avançado. Hoje não é apenas a burguesia quem tem interesses para que o resto continue analfabeto ou não tenha o devido aprendizado no processo de educação, mas também o Governo, a Mídia de Massa, religiões, tudo para que o sistema continue o mesmo: Uma grande parcela da sociedade trabalhando para que essa pequena parcela continue a poder usufruir de todos os direitos e futilidades possíveis que a História os proporcionou. Tudo, sem que a grande parcela tenha a capacidade de questionar ou mesmo pensar em quais fundamentos foram utilizados para que a sociedade se transformasse no que é hoje. Um aglomerado de pessoas facilmente manipuláveis.
Não é errado dizer que o analfabetismo começa com a educação que a pessoa recebe em casa. Atualmente crianças com 13 e 14 anos já têm filhos – isso mesmo, crianças que deveriam estar estudando, para depois pensar em criar filhos – e acabam fazendo com que os brinquedos de antigamente, consequentemente, evoluam. Crianças que antes brincavam com bonecas e bonecos, hoje já cuidam de bonecos que acabam interagindo inteiramente com elas, os bebês, mas essas crianças não têm a consciência e senso auto-crítico necessários para saber que o seu boneco de hoje precisa de cuidados especiais e está triste. Se essa mãe não conseguiu buscar o futuro dela, quem dirá o de seu filho. O pior é sentir que o Governo acaba até gostando dessa idéia e cria os bolsas-famílias básicos da vida.
Assim como no auge do industrialismo em que barcos com uma tripulação lotada ancoravam em nossos portos, com mais mão de obra analfabeta para o trabalho braçal e pesado seja na indústria, ou colhendo matéria-prima para ela, hoje ainda chegam muitos ônibus lotados do norte e do nordeste, lugares onde o analfabetismo se destaca, para trazer mão-de-obra qualificada para horas e horas de serviço ininterrupto na colheita de cana.
Sinal que o Sistema ainda funciona, e muito bem. Mas minha preocupação com esse texto, além de expor aspectos do analfabetismo é também deixar uma pergunta: O que será dos analfabetos no futuro? Talvez eles não tenham conhecimento, mas a máquina é um grande substituto para o trabalho que, hoje, é feito por eles.
Eu sei, ninguém se preocupa com isso além das pessoas que detém o poder, o melhor é deixar que eles resolvam essa questão mais uma vez, hoje em dia eliminar seres-humanos desqualificados não é problema.

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